domingo, 2 de janeiro de 2011

Frescobol


Não pode ser considerado esporte, pois é um tênis sem grife e nem muito esforço, mas o frescobol, apesar do que alguns mais desavisados possam dizer - que poderia ser esporte de fresco -, pode determinar como andam as relações de amizade, amor ou assemelhados. Observando esta intrigante prática esportiva, pode se dizer de cara que a troca de bolas no frescobol pode determinar como está o termômetro de um casal. Observei este dias numa praia de Florianópolis um casal que trocava bolas infinitamente. Bola sem peso, sem força, o cara dá uma maneirada na raquete, a mulher não põe a sua instabilidade emocional ou a preocupação com os filhos, todos eles circulando com as suas boias ou baldinhos de areia e água. Enfim, é um esporte ad infinitum, dos que não acabam nunca, parecendo neste ponto com o seu primo rico, o tênis, no qual os ralis entre os grandes tenistas, tipo Nadal, Federer, Roddick, Serena, Venus etc, são intermináveis.
Bom, mas não é só isso, o frescobol pode determinar como está a raiva do casal, dos amigos, aquele cara que sacaneia a amiga dando uma bola baixa fortíssima, quando ela vai pegar e acaba batendo numa outra pessoa, o dia pode desmoronar. Castelos de areia são as emoções numa temporada de praia. Quatro estações emocionais podem ser notadas num dia entre um casal. Vão por mim, que já passei dos 40 e já vi muita coisa.
Então, na hora de pegar raquetes e bolinha de frescobol, pensem bem, se vocês querem um jogo intenso, ir buscar a bolinha longe ou então trocar bolas de forma interminável. O frescobol é como a vida. A vida não é esporte. É séria. Então, raquetada na instabilidade emocional e troquem bolas longamente neste 2011 ou não, como diria Caetano Veloso.

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