sexta-feira, 10 de maio de 2013

UFO pela primeira vez em Porto Alegre




O ano de 2013 está sendo prolífico para primeiras apresentações na capital gaúcha de grandes músicos com o nome já gravado na história do rock. Após apresentações de Elton John, Accept e Rufus Wainwright – que se apresenta nesta sexta –, agora é a vez da banda britânica que marcou a história do final dos anos 1960 para cá, o UFO, se apresentar pela primeira vez a Porto Alegre para o show da turnê "Seven Deadly" neste domingo, às 20h, no Teatro do CIEE (Dom Pedro II, 861). Informações no www.ingressorapido.com.br.

Com três membros de sua formação mais clássica - Phil Mogg (vocal), Paul Raymond (guitarra e teclados) e Andy Parker (bateria), além do guitar hero Vinnie Moore, a banda mostrará canções do novo disco "Seven Deadly", o 20º da carreira, além dos clássicos de 44 anos de serviços prestados ao rock, como "Doctor Doctor", "Rock Bottom", "Lights Out" e "Shoot, Shoot". O disco mais recente tem doze novas canções, foi gravado no Estúdio Steamhammer/SPV, na Alemanha, em 2012, com o acréscimo do baixista Lars Lehmann e músicos adicionais. Destaque para as músicas "Wonderland" e "Mojo Town".

A banda sempre se caracterizou por amalgamar talento, carisma e experiência e, principalmente, pela técnica individual de seus membros. Surgiu em Londres, em 1969, reunindo o vocalista Phil Mogg, o baterista Andy Parker, o guitarrista Mick Bolton e o baixista Pete Way. Nos anos 70, a banda se distinguiu com um estilo próprio, lançando clássicos como “Prince Kajuku”,“Follow you Home” e “C’mon Everybody”, em álbuns como "UFO 1", "Flying" e "UFO Live".

Em 1973, o guitarrista alemão Michael Schenker deixou o Scorpions e se juntou a Phil Mogg e Pete Way. Com ele, foram lançados o disco "Phenomenon" (1974), das clássicas "Doctor Doctor" e "Rock Bottom", além dos álbuns "Force It" (1975) e "No Heavy Pettin" (1976). Com a chegada do tecladista e guitarrista PaulRaymond, o grupo lançou mais dois discos de estúdio "Lights Out" (1977) e "Obsession" (1978).

Os álbuns "Covenant" e "Sharks", gravados por Mogg, Way e Schenker, chegaram as lojas em 2000 e 2002. Vinnie Moore assumiu o lugar de Schenker gravando canções em "You Are Here" (2004), com Jason Bonham, filho do lendário John Bonham, do Led Zeppelin, na bateria. Bonham gravou o CD e DVD "Showtime", em 2005 e fez sua despedida para o retorno do baterista original Andy Parker em "The Monkey Puzzle" (2006) e "The Visitor" (2009).

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O clube da música mais social das Américas

Omara Portuondo participa da apresentação neste domingo no Araújo Vianna


Crédito da foto: Lorenzo Di Nozzi / Divulgação

Quando ministrou conferência em Porto Alegre em agosto de 2008, o cineasta alemão Wim Wenders disse acreditar realmente que as histórias pessoais é que valiam a pena ser contadas. Por acreditar nisso que Wim Wenders foi um dos responsáveis por popularizar o disco "Buena Vista Social Club", que Ry Cooder havia lançado com músicos cubanos que estavam meio no ostracismo em 1997, com o lançamento em 1999 do documentário homônimo. 



De lá para cá, apesar de perdas como as mortes de Compay Segundo (2003) e Ibrahim Ferrer (2005), a Orquesta Buena Vista Social Club segue encantando o mundo com o melhor da música cubana, do mambo ao bolero, da rumba à guajira. Neste domingo, dia 5, às 19h, no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 895) o grupo apresenta a turnê de celebração de 15 anos do lançamento do disco (16 anos em 2013), com participação especial da cantora Omara Portuondo. A abertura será do músico gaúcho Eduardo Ferreira.

No repertório, devem estar presentes as clássicas "Chan Chan", "El Cuarto de Tula", "Dos Gardenias" e "De Camino a La Vereda", esta em homenagem a Ibrahim Ferrer. O diretor musical da orquestra, o trombonista Jesús "Aguaje" Ramos - remanescente da formação original, junto com Guajiro Mirabal (trompete) e Barbarito Torres (alaúde), fala em entrevista a este blogueiro (reproduzida também no site do Correio do Povo) sobre a longevidade do projeto da orquestra, a participação de Omara Portuondo no concerto e sobre os brasileiros, considerados "irmãos" dos cubanos pelo músico.






Pergunta - O que a orquestra tem a celebrar nestes mais de 15 anos do lançamento do disco?

Jesús "Aguaje" Ramos - Sobretudo temos que celebrar a oportunidade que a vida nos dá de seguir desfrutando do que mais gostamos, que é a música. Para nós, é um autêntico luxo poder seguir girando pelo mundo e levando nossas tradições e cultural por onde vamos.

Crédito da foto: Dunja Dopsaj / Divulgação 




Pergunta - O que mudou na música cubana e caribenha desde então? 

Jesús - A verdade é que a cultura musical cubana é muito ampla e ao mesmo tempo muito respeitosa. Há uma tradição e uma cultura musical muito profunda na ilha. Os músicos recebem uma base muito boa e ao mesmo tempo estamos abertos a experimentar novos ritmos e sons.

Pergunta - Que músicos podemos destacar na formação atual da orquestra?

Jesús - Da formação original continuamos hoje em dia Omara Portuondo, Barbarito Torres, Guajiro Mirabal e este que fala, Jesús Aguaje Ramos. Além destes, contamos com a presença de um grupo de músicos jovens e muito talentosos como os cantores Calunga e Idania Valdez, assim como Guajirito Mirabal, neto de Guajiro e Rolando Luna ao piano. Eles nos apontam o frescor e a energia, além de serem excelentes músicos.

Pergunta - Como será a participação de Omara Portuondo no show?

Jesús - Para nós será sempre um prazer que a senhora Portuondo nos acompanhe nas turnês da Orquesta Buena Vista. Ela interpretará clásicos como "Veinte Años" e "Quizás Quizás Quizás" e também alguma outra surpresa que não revelaremos. Melhor que vejam ali mesmo, na hora.

Pergunta - Qual o sentimento de vocês em relação ao público brasileiro?

Jesús - Para nós falar do público brasileiro é como falar de irmãos. Vamos tocar para nossos irmãos. Nos identificamos muito com a sua gente, sua cultura e sua tradição musical. Na última vez em que estivemos no Brasil em 2011, fomos convidados para assistir a um ensaio da escola de samba Portela. Foi uma experiência muito especial. Verdadeiramente nos sentimos da mesma família, compartilhando o mesmo pensamento e sentimento em muitos sentidos”.


Pergunta - Como vocês lidam com perdas (mortes) como as de Compay Segundo e Ibrahim Ferrer? 


Jesús - As perdas são sempre muito duras de aceitar, principalmente quando são pessoas tão próximas e que participaram tão ativamente do projeto. Para nós, é muito importante continuar com o legado deles, rendendo uma homenagem especial em cada concerto, interpretando alguns de seus temas ao vivo, como é o caso de Ibrahim Ferrer, com o tema "De Camino a La Vereda".