E este
verbo se fez CARMEN
Habituou-se
entre nós
Das
profundezas, foi pélvico
Me
encheu de fluídos ateus
Carmen,
com uma carne ácida
Cheia
de cartesianismo
Translúcida
e imprópria
Mesmo
aos menores desejos
Uva
maturada aos pés
Vinho
tácito e jocoso
Submissa
e intrometida
Ávida,
mas inconstante
Não sei
definir o carmim
Que adorna
a boca de Carmen
Que se
armem os meus gritos
Que se
espantem os arbítrios
Exaspero
cedo demais
Separações
mais me eriçam
Eu
amei Carmen e este amor
Parece
que nunca SAURA
Como a
cigana daquela ópera
Sevilhana,
doce e sedutora
Aquela
porto-alegrense
Me
tirou a raiz dos pés
Quem
disse que cedi um milímetro
Não há
nenhum MERIMEÉrito
Nesta
minha teimosia trôpega
Sufraguei
em vale de lágrimas
Vaguei,
tateando entre sombras
Sempre
em busca de outra musa
Carmentira,
Carmenarquia
Sangue
andaluz em terra açoriana
Morreu
a música de BIZET
Acabou
a esperança bizantina
Sofri
calado, amei injuriado
Nunca
fui e nunca serei
Hodiernamente,
POEtizo
O
drama operístico, sem sal
meio
sem sono, sem sonetos
Vivo
explanando em quadrinhas
Reminiscente,
em esquinas
Um
bardo inconsciente e cego
Os
amores vêm e vão, espiral
Espero
que voltem um dia