quinta-feira, 18 de abril de 2013

A censura pelo Nobel de Literatura


  O escritor sul-africano J. M. Coetzee, Prêmio Nobel de Literatura de 2003, falou sobre censura durante uma hora e autografou outra hora inteira algumas de suas obras lançadas no Brasil como "Desonra", "Verão" e "A Infância de Jesus", diante de um Salão de Atos da Ufrgs com metade de sua lotação, na noite desta quinta-feira, dia 18 de abril. Coetzee falou como convidado especial da Difusão Cultural e do Núcleo Filosofia-Literatura-Arte da Ufrgs, sendo apresentado pela ensaísta e professora Kathrin Rosenfield, especialista em sua obra.

O tema da censura é retomado constantemente em sua obra e o autor dedicou ao tema um livro de ensaios ("Giving Offense", de 1996). Morando atualmente na Austália, onde leciona na Universidade de Adelaide, Coetzee destacou que na palestra queria retomar a censura nos anos 70 e 80 na África do Sul. O seu primeiro romance "Dusklands" foi publicado em 1974. O Nobel lembrou que teve acesso a relatórios de censura de três dos seus livros "No Coração do País", "À Espera dos Bárbaros" e "Vida e Obra de Michael K", que chegaram a suas mãos por parte de Herman Winterberg, quando o poder político passou para o governo popular na África do Sul. "Os meus livros foram todos publicados e os censores alegavam nos seus relatórios que o livro não podia ser considerado 'indesejável', pois quando falava de tortura ou brutalidade (como é o caso de à Espera dos Bárbaros) o simbolismo era universal e era lido por leitores sofisticados, intelectuais".



Depois de um tempo, Coetzee acabou conhecendo alguns deles que eram professores aposentados da Universidade da Cidade do Cabo, onde Coetzee nasceu, e conviviam normalmente em sociedade. "Estas pessoas acabavam não achando estranho ter relações cordiais comigo. Estes censores pensam em si como pessoas civilizadas", ressaltou, citando o exemplo do czar Nicolau I, que se ofereceu para ser o censor pessoal de Aleksander Púshkin, para protegê-lo da análise de funcionários ordinários do czarismo.

Segundo Coetzee, eles não queriam livros que incitassem as massas ou que reproduzissem a propaganda comunista ou o pensamento de Karl Marx. "Queria entender porque eu recebi um tratamento especial. Primeiro porque sou branco, mesmo que não um afrikaner puro. Segundo porque vim da inteligentsia, a mesma classe dos censores. Terceiro que meus livros não eram populares e nem para as massas. Quando eles negaram a publicação de um livro ou o consideraram um objeto indesejado acabaram reproduzindo o mesmo sentimento totalitário de outros regimes ao longo da história. Hoje fizemos algum progresso em relação àquela época, mas é importante alertarmos ainda os países que vivem sob censura", finalizou.

Fotos: Luiz Gonzaga Lopes

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Mestre do blues Johnny Winter na capital gaúcha em agosto

Winter se apresentou no Sesi em 21 de maio de 2010

Crédito da foto: Fabiano do Amaral / Correio do Povo

Após passar pela capital gaúcha no dia 21 de maio de 2010, em apresentação no Teatro do Sesi, o guitarrista texano Johnny Winter (John Dawson Winter III), de 67 anos, considerado por muitos um dos mestres brancos do blues, pois o posto negro continua com B.B. King e Buddy Guy, volta a se apresentar em Porto Alegre no dia 27 de agosto, às 21h, no Teatro do Bourbon Country. As datas dos shows no Brasil que incluem Curitiba, em 29 de agosto, no Teatro Positivo; São Paulo, dia 30, no HSBC Brasil, e Rio de Janeiro, dia 31, no Vivo Rio, estão publicadas no próprio site do músico pelo endereço www.johnnywinter.net.  

O guitarrista albino, irmão de Edgar Winter, nascido em Beaumont em 27 de fevereiro de 1944, já foi considerado o 63º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone. Seu primeiro disco "School Day Blues" foi lançado quando Winter tinha 15 anos de idade. Em 1968 ele começou a tocar em um trio com o baixista Tommy Shannon e o baterista Uncle John Turner. Em 1969 o trio se apresentou em vários festivais, incluindo o lendário Woodstock. Em 1988 ele foi incluído no "Hall da Fama do Blues".

O disco mais recente de estúdio é "I'm A Bluesman", de 2004. Entre 1969 e 2004, Winter gravou cerca de álbuns de estúdio e ao vivo, sozinho, banda e com o irmão Edgar Winter. O show passa por Amsterdam (Paradiso) neste dia 12 de abril e segue para Londres no domingo e outras cidades inglesas e da Grécia até o fim deste mês de abril. Confira o setlist do show de Chicago no dia 5 de março (conforme o site setlist.fm).
  1. (Larry Williams cover)
  2. (Bobby Womack cover)
  3. Encore: