sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Desafios homéricos de Assis


Quem foi Homero? Esta pergunta deve ter existido desde os gregos que como sempre se diz, depois deles nada de novo foi criado somente aperfeiçoado. Mas não é sobre Homero que quero falar. Parto da indagação de quem ele foi, se realmente um poeta grego ou simplesmente a compilação de cantos helênicos dos século XX a VII a.C. Isto nada importa diante da significação da palavra homérico para designar desafios ou tarefas não muito gratas, mas instigantes.
Todo esta colocação preambular se refere aos desafios dos homens e mulheres que assumiram a Cultura no Estado do Rio Grande do Sul. A começar pelo secretário Luiz Antonio de Assis Brasil. Metódico, erudito, eclético, um homem que é mestre, que ensina com maestria, que tem no legado de suas oficinas literárias nomes como Cintia Moscovich, Michel Laub, Daniel Galera, Amilcar Bettega, Caio Riter. Ao assumir a pasta da Cultura, Assis Brasil tenta retomar o diálogo com a classe cultural, que ficou um pouco obtuso e truncado na gestão que o antecedeu. Assim como a hipótese de que Homero seria um compilação do que de melhor a poesia grega possuía naquela época, o escritor e professor gaúcho pode marcar a sua gestão por ouvir e construir com maestria uma política cultural marcante, dando tônus às ações e principalmente aos órgãos dentro da Secretaria (Sedac)
Em uma série de entrevistas que estão sendo publicadas no Correio do Povo, os novos diretores de órgãos e extensões da pasta são categóricos em dizer que tentaram dar a cara e identificação da comunidade com as ações culturais propostas por seus organismos. Marcos Barreto, da Casa de Cultura Mario Quintana, afirma exatamente isto. Ele quer que a Casa respire arte, que não seja só um ponto turístico. No Instituto Estadual do Livro (IEL), o novo diretor Ricardo Silvestrin, pretende retomar com força os bons projetos, um pouco esquecidos nos últimos anos, como Plano de Edições, caderno Autores Gaúchos e Autor Presente, inclusive aumentando os cachês dos escritores participantes e também trabalhar bastante o virtual com digitalização de acervo e modernização do site.
O novo diretor do Margs, Gaudêncio Fidelis, propõe a modernização da gestão, com a presença de um curador profssional e contínuo, o direcionamento para que o Museu gere suas próprias exposições e aproveitamento da diversidade cultural gaúcha para as mostras. Outros diretores como Tiago Flores (artístico da Ospa), portador de uma visão renovadora da relação da música erudita com o público; Marcelo Réstori, no Instituto Estadual de Artes Cênicas, bastante afeito às vanguardas e integração entre a classe; e outras tantas lideranças que podem dar uma cara e uma identidade para a cultura gaúcha e principalmente da relação dos artistas com a sua própria arte e com o público.
Nesta tarefa, Assis Brasil, terá o auxílio luxuoso do seu adjunto, Jéferson Assumção, que, a despeito de ser meu amigo pessoal, tem uma visão bastante clara de como fazer um política cultural abrangente, mostradas enquanto esteve nas instâncias do Ministério da Cultura, entre as quais o Programa Nacional do Livro e Leitura e nos últimos dois anos à frente da Secretaria de Cultura de Canoas, com ações como a Caravana Cultural e o Biblioparque.
Que Assis Brasil e a sua equipe mostrem a sua força, tal qual a de Aquiles, sem ligar para os detratores, que com certeza estarão nos seus calcanhares.

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