terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O queco?


Me deparo com notícias em sites respeitados e acompanhados por todos como Folha.com, G1 e Terra e me deparo com notícias do tipo "Gisele Bündchen tomou quatro caipirinhas de saquê", "Por causa do filho, Sinéad O´Connor quebra XBox (videogame) e diz que quer morrer" ou "Após SPFW (São Paulo Fashion Week), Demi e Kutcher visitam Huck e Angélica em Angra".
Tá bom e daí. What a fuck? eu me pergunto ou o popular O "queco" tenho a ver com isso? O advento dos sites de informação com notícias minuto a minuto trouxe também os seus subprodutos que não as notícias de celebridades. É muito comum nos sites com base no Rio de Janeiro ou com correspondentes na capital carioca vermos notícias tal qual "Juliana Paes ficou duas horas ao sol na praia X" ou "Deborah Secco se revoltou com um fotógrafo por ter flagrado ela amarrando o biquíni.
Não tiro os méritos destas pessoas serem celebridades, até porque estas - Juliana e Deborah - pelo menos trabalharam para chegar lá, mas aí temos os BBBs ou assemelhados que recebem tanto espaço, mas simplesmente não existem ou só existem porque se expuseram a ser vigiados dia e noite exatamente em busca da fama, mas não têm o conteúdo necessário para tanto.
A pergunta que faço é onde estão os destaques nestes sites para as notícias de erradicação da alfabetização, da criação de pontos de cultura ou salas de cinema populares em cidades pequenas ou distantes. Onde está o incentivo a produção do bom teatro, cinema, da boa literatura, música e artes plásticas. O reconhecimento dos talentos genuínos que penam muitas vezes para gravar um disco; apresentar um espetáculo com magros incentivos da cidade, estado ou federais, para ter uma sala de exposição ou para obter R$ 5 mil e publicar um livro com um número mínimo de exemplares.
Enquanto todos os holofotes se direcionam para a ausência de cultura, para o Ashton Kutcher (e Demi Moore) ficar um minuto na passarela do SPFW (siglazinha capciosa) ou para Gisele beber à vontade (se bem que a Gisele é um pouco mais digna, pois luta muito contra esta superexposição) ou ainda a Sinéad O´Connor que é diagnosticada bipolar e aí as editorias poderiam novamente tratar o tema que atinge oficialmente cerca de 10% da população, mas se sabe que os não diagnosticados, mas que convivem diariamente com a gente podem chegar a 20% da população mundial.
Bom, mas o que isto interessa para a grante maioria da população que só quer saber de BBB: Bebida, Bunda e Bajulação (aos famosos). Então, se a audiência regula os sites e as tevês, e também ultimamente os jornais e rádios, acho meio difícil que se mude alguma coisa, a não ser que se dê um pouco de educação às pessoas, mas isto é outra história.

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